A reprodução assistida tem se tornado uma solução cada vez mais comum para casais e pessoas que enfrentam dificuldades para engravidar de forma natural. Com os avanços da ciência e da medicina, as técnicas de reprodução humana assistida oferecem alternativas eficazes para realizar o sonho da gestação, respeitando as particularidades de cada caso.
Neste artigo, vamos explicar o que é a reprodução assistida, como ela funciona, quais são as principais técnicas utilizadas e quanto custa esse tipo de tratamento no Brasil.
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O que é reprodução assistida
A reprodução assistida é um conjunto de técnicas médicas utilizadas para facilitar ou possibilitar a fecundação quando a gravidez não ocorre espontaneamente. Essas técnicas são indicadas em casos de esterilidade ou infertilidade feminina, masculina ou de ambos, e também são uma opção para casais homoafetivos e pessoas solteiras que desejam ter filhos.
Ela faz parte de um ramo da medicina chamado reprodução humana, e seu objetivo é contornar obstáculos naturais à fecundação, utilizando métodos laboratoriais e intervenções médicas seguras e cada vez mais acessíveis.
Reprodução assistida: como funciona?
O processo pode variar de acordo com a técnica escolhida e a condição clínica dos envolvidos, mas, de maneira geral, a reprodução assistida envolve as seguintes etapas:
- Avaliação médica e exames de fertilidade.
- Estimulação ovariana com hormônios, no caso da mulher.
- Coleta de óvulos e sêmen.
- Fertilização em laboratório (dependendo da técnica).
- Transferência do embrião ao útero ou inseminação direta.
- Acompanhamento com exames para confirmação da gravidez.
Técnicas de reprodução assistida
Existem diferentes técnicas de reprodução assistida, e cada uma delas é indicada para situações específicas. O médico especialista em fertilidade irá definir qual é o melhor método para cada paciente, de acordo com o diagnóstico e histórico reprodutivo.
FIV (Fertilização in vitro)
A fertilização in vitro (FIV) é a técnica mais conhecida e uma das mais eficazes. Nela, os óvulos são coletados e fertilizados com espermatozoides em laboratório. Após a formação dos embriões, um ou mais são transferidos para o útero da paciente.
É indicada para casos mais complexos de infertilidade, como obstrução das trompas, baixa reserva ovariana, endometriose avançada ou idade materna elevada.
Inseminação artificial (IA)
Na inseminação intrauterina (IIU), também chamada de inseminação artificial, os espermatozoides são introduzidos diretamente no útero da mulher durante o período fértil. É um procedimento menos invasivo e mais simples que a FIV, indicado para casos leves de infertilidade ou ausência de parceiro masculino.
ICSI (Injeção intracitoplasmática de espermatozoides)
A ICSI é uma técnica complementar à FIV. Um único espermatozoide é injetado diretamente no óvulo com a ajuda de um microscópio especializado. É recomendada especialmente quando há alterações graves na qualidade do sêmen ou falhas anteriores na fertilização.
Doação de óvulos ou sêmen
Casos em que não há óvulos ou espermatozoides viáveis podem recorrer à doação de gametas. O material genético doado é utilizado na fertilização, respeitando critérios médicos, éticos e legais.
Útero de substituição (barriga solidária)
O útero de substituição, conhecido como barriga solidária, é indicado para casos como ausência de útero ou doenças que impeçam a gestação. Nesse procedimento, uma mulher com vínculo familiar ou afetivo leva a gestação de forma voluntária e sem fins lucrativos.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Resolução nº 2.320/2022, essa prática no Brasil deve ser exclusivamente altruísta, sem qualquer tipo de pagamento à gestante.
Celebridades como Nicole Kidman, Sarah Jessica Parker e Elton John popularizaram essa opção, ajudando a ampliar o debate sobre a gestação por substituição. Vale lembrar que, enquanto a barriga solidária no Brasil é restrita a práticas exclusivamente altruístas, em outros países a gestação subrogada também pode ocorrer de forma comercial, envolvendo compensação financeira à gestante.
Reprodução assistida: preço
O preço da reprodução assistida no Brasil pode variar bastante dependendo da técnica, da clínica, da cidade e das necessidades do tratamento.
- A inseminação artificial costuma ter um custo mais acessível, entre R$ 2.000 a R$ 5.000 por ciclo.
- A fertilização in vitro pode custar de R$ 12.000 a R$ 25.000 ou mais, dependendo dos exames, medicamentos e etapas envolvidas.
- Procedimentos como ICSI e doação de gametas têm custos adicionais.
Algumas clínicas oferecem pacotes e parcelamentos. Em poucos casos, é possível encontrar atendimento pelo SUS, mas a oferta é limitada e há filas de espera.
Caminhos possíveis para gerar vida: reflexões finais
A reprodução assistida é uma das maiores conquistas da medicina reprodutiva e representa uma esperança real para milhares de pessoas que desejam formar ou ampliar suas famílias. Com diversas técnicas disponíveis, é possível encontrar a solução mais adequada para cada caso.