O que é a poligamia e como a entender?

O que é a poligamia e como a entender?

A poligamia é um tema que desperta curiosidade, debates e até polêmicas em diferentes partes do mundo. Muito além de casamentos múltiplos, a prática envolve aspectos culturais, históricos, jurídicos e emocionais que variam de sociedade para sociedade.

Neste artigo, vamos entender o que é poligamia, como ela se diferencia do poliamor, sua situação legal no Brasil, além de compará-la com a monogamia tradicional. Se você tem dúvidas sobre o significado de poligamia ou quer saber mais sobre relacionamentos poligâmicos, continue a leitura!

O que é poligamia? Significado

A poligamia é um tipo de estrutura de relacionamento onde uma pessoa mantém vínculos afetivos e/ou matrimoniais com mais de um parceiro ao mesmo tempo, de forma consentida entre todos os envolvidos.

O termo deriva do grego antigo: poly (muitos) + gamos (casamento).

Quando falamos em poligamia, muitas vezes as pessoas pensam apenas em casamentos múltiplos, mas ela também pode abranger relações afetivas sem necessariamente envolver cerimônias formais. Em essência, trata-se de um modelo que questiona o ideal tradicional de que o amor e o compromisso devem ser exclusivamente entre duas pessoas.

A experiência da poligamia feminina

Apesar de a maioria dos registros históricos apontarem a poligamia masculina, a poligamia feminina – ou poliandria – também existe, ainda que seja mais rara. Exemplos incluem algumas tribos tibetanas, onde uma mulher podia se casar com vários irmãos ao mesmo tempo, para manter as terras familiares unidas.

Hoje, em debates sobre liberdade relacional, cada vez mais mulheres questionam normas tradicionais e exploram diferentes formatos de relacionamento, inclusive a poligamia consensual.

Poligamia e poliamor – são a mesma coisa?

Apesar de ambos envolverem múltiplos parceiros, poligamia e poliamor não são a mesma coisa.

A poligamia refere-se especificamente a múltiplos casamentos, muitas vezes regulamentados pela cultura ou religião. O poliamor, por outro lado, é um estilo de vida ou orientação relacional em que uma pessoa mantém relações afectivas simultâneas, com o consentimento de todos e comunicação aperta, mas não necessariamente envolvendo casamento.

Principais diferenças entre poligamia e poliamor

Assim, podemos dizer que um relacionamento poligâmico é uma forma específica e estruturada de relação múltipla, enquanto o poliamor é mais fluido.

Poligamia é crime no Brasil?

Sim, a poligamia no Brasil é considerada crime. A legislação brasileira, baseada na monogamia, prevê que uma pessoa casada não pode se casar novamente sem se divorciar oficialmente do primeiro cônjuge. Caso contrário, a prática configura o crime de bigamia, previsto no artigo 235 do Código Penal, com pena de reclusão de 2 a 6 anos.

Além disso, o Código Civil brasileiro também estipula que o casamento é a união entre duas pessoas, sem prever o casamento múltiplo.

No entanto, é importante mencionar que algumas comunidades religiosas e grupos sociais tentam formalizar uniões poligâmicas como uniões estáveis paralelas, mas essas tentativas não possuem amparo jurídico.

Países onde a poligamia é permitida

A poligamia é aceita em diversos países, principalmente no continente africano e em algumas nações asiáticas e do Oriente Médio, onde normas culturais e religiosas legitimam essa prática.

Atualmente, estes são os países onde a poligamia é legalizada:

  • Arábia Saudita
  • Emirados Árabes Unidos
  • Egito
  • Marrocos
  • África do Sul (em algumas situações)
  • Indonésia

Nos Estados Unidos, a poligamia formal é proibida, mas em estados como Utah, a coabitação poligâmica foi descriminalizada para alguns casos específicos.

Monogamia e poligamia: principais diferenças

Quando falamos de relações afetivas, a comparação mais direta é entre monogamia e poligamia.

Significado

A monogamia é baseada no princípio de exclusividade afetiva e sexual entre duas pessoas, sendo o modelo mais difundido nas sociedades ocidentais. Esse formato é, inclusive, a base legal de países como o Brasil, onde o casamento é reconhecido apenas entre dois indivíduos.

Já a poligamia permite que uma pessoa tenha múltiplos parceiros ou cônjuges ao mesmo tempo, com o consentimento de todos os envolvidos. Em muitas culturas, especialmente em países do Oriente Médio e da África, a poligamia é socialmente aceita e regulamentada por tradições e crenças religiosas.

A predominância da monogamia se consolidou ao longo da história, impulsionada principalmente por religiões como o cristianismo, o judaísmo e por sistemas jurídicos que priorizavam a sucessão hereditária clara.

Aceitação social

Uma diferença importante entre os dois modelos é como são percebidos socialmente. A monogamia é vista como o padrão “normal” de relacionamento, enquanto a poligamia ainda enfrenta preconceitos e julgamentos em diversas partes do mundo.

Além disso, enquanto a monogamia busca fortalecer um vínculo único e exclusivo, a poligamia propõe a construção de múltiplos vínculos simultâneos, desafiando as normas tradicionais de posse e exclusividade afetiva.

Legalidade

Do ponto de vista jurídico, a monogamia é a regra em grande parte dos países ocidentais, enquanto a poligamia só é reconhecida legalmente em determinadas culturas ou em contextos muito específicos. Ainda assim, ambos os modelos buscam atender às necessidades emocionais e sociais dos indivíduos, cada um a seu modo.

O futuro das relações: o que a poligamia nos ensina?

A poligamia é um conceito que desafia muitos padrões tradicionais sobre amor, casamento e família. Apesar de ser criminalizada no Brasil, ela é uma prática histórica, aceita e até incentivada em diversas culturas ao redor do mundo.

Entender o que é a poligamia é essencial para construir uma visão mais aberta e respeitosa sobre a diversidade das relações humanas. Seja num casal poligâmico, num relacionamento poligâmico ou refletindo sobre a sua própria experiência amorosa, o importante é que todos os envolvidos estejam cientes, consentindo e respeitando uns aos outros.